Saiba quando será a estreia de Querida Inimiga no SBT


Querida Inimiga será a nova novela das tardes do SBT na faixa das 16h30 e a emissora já definiu a data de estreia da produção. 


Com chamadas no ar, a data escolhida é 16 de Novembro, uma quarta-feira. Na mesma semana serão exibidos os últimos capítulos de "Mar de Amor", seguindo o tradicional esquema de apresentação simultânea, com começo de uma e o final de outra.


Confira um pouco sobre a história e atuações do elenco:

Na trama, as órfãs Lorena (Ana Layevska) e Sara (Carmen Becerra) são melhores amigas desde que se conheceram no orfanato onde vivem. Quando Lorena deixa a instituição para perseguir o sonho de ser chef de cozinha, Sara descobre, por meio de armadilhas, que Lorena é a neta de uma poderosa empresária, Hortensia Armendáriz (Maria Rubio), dona de um império gastronômico. Sara decide usurpar a identidade de Lorena e se apresenta diante de Hortensia como sua neta perdida. Hortensia, no passado, abandonou essa neta propositalmente, mas aceita Sara em um clima de chantagem. Enquanto isso, Lorena se apaixona pelo médico Alonso (Gabriel Soto), enquanto vira ajudante de cozinha na própria empresa de Hortensia. É quando reencontra Sara, sem imaginar que esta está ocupando um lugar que lhe pertencia. Sara coloca seus olhos em Alonso e decide tirá-lo de Lorena. Pouco a pouco, Lorena perde tudo o que conquistou, é quando encontra esperança de onde menos esperaria.


Esse trabalho foi o terceiro que uniu a produtora Lucero Suárez com a dupla de escritores peruanos Pablo Serra e Érika Johanson, com quem já havia trabalhado em Amar Otra Vez(2003/2004) e Las Dos Caras de Ana (2006). Foi o trabalho mais completo do trio, e que, a diferença de Las Dos Caras de Ana, era gravado novamente no México, com mais qualidade (o que havia comprometido o desempenho do trabalho anterior). A aposta mais uma vez, era a combinação da história clássica, com toques modernos, personagens bem escritos e situações que aproximaram o público da trama. Conclusão: a novela teve um bom desempenho e levantou a audiência do horário das 18h.

Querida Enemiga tinha o espírito das novelas de Lucero Suárez. Não eram ambiciosas, e justamente na falta de pretensões, encantam. No eixo central, mais que a história de amor, estava a história de Lorena e Sara, duas amigas improváveis, e que se distanciavam por conta das armações de Sara, a “querida inimiga” da história. Lorena era uma protagonista carismática, era fácil torcer por ela. Era batalhadora, amiga, leal, sem ser chata. E Sara era uma vilã competente, mas que suava para que suas armações dessem certo. Por exemplo: ainda que enganasse os Armendáriz, não conseguia levá-los na conversa completamente, e suas armadilhas nem sempre davam certo. Essa interação conferiu a novela um toque mais natural, já que nem tudo era tão simples para Sara.


Eram situações dramaturgicamente ricas, como o fato de Lorena encontrar seus verdadeiros pais, Zulema (Socorro Bonilla) e Omar (Alfonso Iturralde), uma família simples, desde que Omar rompeu com Hortensia para defender seu amor por Zulema (inclusive, essa era a razão pela qual Hortensia havia roubado sua neta e entregue a um orfanato). E, ao reencontrar Sara, Lorena conduzia Sara justamente para o seio dessa família humilde, para o desespero da ambiciosa Sara.

As subtramas fazem parte da assinatura do casal de escritores: são bem dosadas, variadas, e não comprometem o desenrolar da trama central. Aqui, várias histórias serviam de contraponto para a principal. Na família de Omar e Zulema, havia ainda Diana (Luz Elena González), filha de Zulema, e que estava grávida de Dr. Bruno (Marco Méndez), um tipo canalha, que era colega de trabalho Alonso. Ou Paula (Sharis Cid), irmã de Alonso, e mãe de Bettina (Danna Paola), que ao não aceitar o fim de seu casamento com Darío (Eduardo Rivera), infernizava o novo relacionamento dele com Jacqueline (Alexandra Graña), secretária de Hortensia. Ou ainda os relacionamentos extra-conjugais de Bárbara (Luz Maria Jerez), esposa de Jaime (Luis Xavier), o outro filho de Hortensia, um banana dominado pela mãe controladora. Bárbara, entediada com a vida que levava, se envolvia com homens mais jovens, primeiro com Arturo (Mauricio Aspe), advogado da empresa, e depois com Chalo (Miguel Ángel Biaggio), comparsa de Sara, e que a chantageava constantemente, sendo cúmplice na armação para separá-la de Alonso.


Apesar de Alonso e Lorena terem uma bonita história de amor, os dois não ficaram juntos, e a torcida maior veio do público. Dois fatos desencadearam isso: ao separar Lorena e Alonso, Sara seduz Alonso e ele vai para a cama com ela – um fato imperdoável para a audiência, já que ele traía Lorena justamente com sua melhor amiga. E depois a presença de Ernesto (Jorge Aravena). Este, um amargurado e raivoso chef de cozinha, que a princípio se estranhava com Lorena, mas terminava apaixonado por ela. Embora a química entre Ana Layevska e Gabriel Soto funcionasse, não se comparava a de Ana com Jorge Aravena. Assim que novamente, Gabriel Soto perdia o amor da mocinha numa novela (a primeira havia sido em Mujer de Madera, em 2004). Jorge Aravena também estava na novela para compor o triângulo amoroso com Ana Layevska. Na novela anterior, Las Dos Caras de Ana, os dois haviam esbanjado química em cena, mas no final, ela ficou com Rafael Amaya – que era o galã principal. Mas desta vez, não teve pra ninguém: Ernesto e Ana conquistaram o público. Inclusive, a indecisão da heroína pelos dois foi um bom chamariz para a novela, já que, de fato, ambos tinham chance com ela.

Algumas cenas merecem destaque: a primeira vez entre Lorena e Ernesto. Lorena havia sido decepcionada por Sara e Alonso, e a esta altura, o público torcia muito para que acontecesse algo bom com ela. Só que, no esquema tradicional das novelas, aquilo não aconteceria. Quando aconteceu, foi uma “transgressão” forte. Outro momento que merece destaque foi a surra que Sara tomou ao ser desmascarada por Lorena no assunto da identidade de neta de Hortensia Armendáriz. O público ficou de alma lavada com a vilã finalmente ser castigada.


Querida Enemiga foi uma novela curta, 110 capítulos. Mas o esticamento a impediu de ser perfeita. Com a usurpação de Sara descoberta e com Lorena reencontrando seus pais, ainda houve uma etapa final, com um salto de tempo, onde Sara aparecia casada com um empresário rico e maduro, Fafy Cuenca (Juan Peláez). Já sem Chalo, Sara agora era amante de Dr. Bruno. Restava apenas aquela fase onde os personagens tentam reunir provas para mandá-la pra cadeia, e a resolução se Lorena ficaria ou com Ernesto ou com Alonso (muito embora, a essa altura, já estava óbvio que Ernesto seria o vencedor). Apesar da interação de Sara com Fafy ser engraçada, era apenas uma enrolação.


Outro ponto negativo da novela foi que, apesar de ter a gastronomia como um pano de fundo bem frequente na trama (Hortensia, Ernesto, Zulema, e muitos outros personagens estavam ligados ao tema), a direção de arte explorou pouco o potencial disso em imagens. Não havia grandes pratos, receitas incríveis, valorizando a novela com imagens.

Lucero Suárez nunca foi adepta de reunir elencos grandiosos em suas novelas, mas aqui conseguiu um elenco que funcionou bem. A começar por Ana Layevska como protagonista. Segura e carismática, apesar de Lorena não ser um papel tão multifacetado como fora Ana em Las Dos Caras de Ana, a atriz se saiu bem e provou novamente seu potencial como protagonista.


Gabriel Soto fez um trabalho correto. O principal foi que aqui ele explorou menos seus dotes físicos, e esteve com um visual adequado (sem luzes oxigenadas no cabelo, até porque o personagem era um médico). Apesar de perder a mocinha na metade da trama, Alonso seguiu importante até o final da novela. Mas, foi ofuscado por Jorge Aravena. O galã venezuelano estreava em solo mexicano com muita força num bom personagem e esbanjou charme e carisma. Conclusão: foi o protagonista absoluto de Zacatillo, un lugar en tu corazón (2010), a novela seguinte de Lucero Suárez.

A revelação da novela foi mesmo Carmen Becerra. Ela já havia feito novelas antes, mas marcou como Sara – seu melhor papel em novelas até agora. Dissimulada, fez disso uma marca registrada de suas vilãs seguintes. A atriz misturava uma dose de exagero com um carisma bem peculiar, dando graça a sua interpretação, sem escorregar na comédia. Uma presença inconfundível.



Maria Rubio repetia a dobradinha com Lucero Suárez, mas num personagem bem superior ao de Las Dos Caras de Ana. Era novamente uma vilã – onde a atriz realmente se destaca – e embora não seja nada pra superar Cuna de Lobos, Hortensia foi uma boa personagem, sem perfil de assassina, com uma esperada redenção na reta final da novela. Destaque para sua química em cena com Carmen Becerra.

Socorro Bonilla, sempre relegada a papéis menores, teve aqui uma oportunidade de mostrar mais de seu trabalho. Zulema era uma mulher positiva e feliz, mesmo com um passado dramático, e a atriz conferiu verdade ao personagem, ganhando a simpatia do público. O mesmo vale para o primeiro ator Hector Ortega, que era Don Toribio, o pai de Alonso. Curiosidade: era a segunda vez que os dois faziam pai e filho. A anterior foi em La Verdad Oculta (2006).


Presença habitual nas novelas de Lucero Suárez, Patricia Martinez e Bibelot Mansur deram vida a Maruja e Rossy, mãe e filha que eram grandes amigas para Lorena. E ainda houve a oportunidade de ver Danna Paola pela primeira vez num papel já de adolescente, fora das novelas infantis. Isso foi três anos depois de Pablo y Andrea (2005), protagonizada por Danna, sob a produção da própria Lucero Suárez.

Quem não se saiu tão bem foi Miguel Ángel Biaggio. Chalo era o típico macho mexicano, com traços rudes e pouca inteligência, mas o ator estava muito exagerado. Ou também o insípido José Manuel Lechuga como Vasco, neto de Hortensia e que se apaixonava por Diana. Foi a típica escalação difícil de acreditar. Como que Luz Elena González se interessaria pelo rapaz? Nesse sentido, também não foi convincente que no final, Don Toribio ficasse com Bárbara, uma mulher que sempre se envolveu com homens jovens. Ou ainda, que Ana Layevska parecesse a filha de Socorro Bonilla e Alfonso Iturralde.


Apesar da produção simples e do elenco com poucos astros, Querida Enemiga foi um dos mais redondos trabalhos de Lucero Suárez. O foco, mais uma vez, era o texto bem escrito, a história bem armada, capaz de atrair a atenção com aquele toque agradável e cute que todas as novelas da produtora têm.

Fontes:
SBT
novelamexicana.com

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