Mar de Amor é a próxima novela das tardes do SBT

Novela substituirá reprise de Cuidado Com o Anjo em Maio


Prestes a se despedir das telinhas, a reprise de Cuidado Com o Anjo deixa seu espaço para Mar de Amor, telenovela inédita no Brasil que estreia em Maio, pelo SBT. Dublada em português pela BKS, em São Paulo, a atração protagonizada por Zuria Vega, Mario Cimarro, Erika Buenfil e Mariana Seoane trata-se de uma produção de Nathalie Lartilleux, lançada pela Televisa, no México, em 2009, e que agora desembarca no Brasil trazendo a mais recente versão de Maria de Mar, uma história original da escritora Delia Fiallo, em 1978. 

Recheada de atores consagrados e também por talentos pouco conhecidos pelo público brasileiro, Mar de Amor reúne em seu elenco nomes como Ninel Conde (Rebelde), Manuel Landeta (Teresa), Juan Ferrara (Rebelde), Marcelo Córdoba (Sortilégio), Raquel Olmedo (Teresa), Norma Herrera (Meu Coração é Teu), Ignacio López Tarso (Coração Indomável), Mar Contreras (Teresa), Juan Ángel Esparza (Coração Indomável), Sergio Reynoso (Meu Pecado), e muitos outros...

Conheça a sinopse
Navegando em águas turbulentas, Mar de Amor foi uma produção de Nathalie Lartilleux que teve um relativo sucesso, mesmo com inúmeros problemas nos bastidores. Mais uma vez, a produtora usava e abusava das tramas rosas e clássicas, desta vez, no horário das 19h.


Na trama, Estrella Marina (Zuria Vega) é uma jovem valente que vive em Playa Escondida, e que trabalha como pescadora, já que sua mãe, Casilda (Érika Buenfil), enlouqueceu – fruto de um estupro, e que originou Estrella. Por isso, ela vive com seus padrinhos, e sonha em se superar. A rotina da cidade muda quando os Parra Ibañez regressam ao povoado: o malvado León (Manuel Landeta) e seus filhos – entre eles, a orgulhosa Oriana (Mariana Seoane) – e Guillermo (Juan Ferrara), que não é nada mais que o pai de Estrella. O engenheiro Victor Manuel Galindez (Mario Cimarro) também chega ao povoado imerso numa profunda depressão. Ele vai socorrer uma náufraga desmemoriada, a quem todos no povoado pensam que é uma sereia, e que será chamada de Coral (Ninel Conde). Mesmo despertando o amor e o desejo de Oriana e Coral, Victor Manuel vai despertar o mais profundo sentimento justamente na simples Estrella, que terá que enfrentar muitos obstáculos para ser feliz.


A base da produção de Nathalie Lartilleux – que vinha do sucesso de Cuidado con el Ángel(2008) – foi a novela Maria del Mar, produzida na Venezuela em 1978, história original de Delia Fiallo. Nathalie seguia nas histórias clássicas e da Cinderela, mas desta vez não teve o mesmo êxito. O próprio texto original não tinha sido um boom para Delia Fiallo. A novela na Venezuela foi feita a toque de caixa e para a autora, representou um retrocesso em seu estilo. De fato, a trama de Mar de Amor era um emaranhado de clichês amplamente vistos na obra da autora. Muitos filhos perdidos de seus pais, romances impossíveis, com um toque de realismo mágico. Era o arroz com feijão que deu certo em Maria del Mar, e que, na produção mexicana, recebeu um tempero sob a adaptação de Maria Antonieta “Calú” Gutierrez e Alberto Gómez.


“Calú” Gutierrez já havia trabalhado com Nathalie Lartilleux adaptando a segunda parte deCuidado con el Ángel e Alberto Gómez era um “empréstimo” da Venevisión. De fato, foi o sabor do texto de Alberto Gómez que realmente fez Mar de Amor se destacar. O autor é bastante astuto na produção de múltiplas vilãs e suas deliciosas cenas de brigas e discussões entre elas. A truculência se fez bastante presente, com várias reviravoltas na trama, enredos, etc. Sempre respeitando o argumento original, que ficou quase intacto.


Ainda sobre a trama original, Maria del Mar, nessa época, a Venevisión atravessava uma grave crise econômica e a emissora havia rescindido inúmeros contratos do elenco da emissora. Para salvar seus amigos, Delia Fiallo começou a criar inúmeros personagens dentro da novela para dar emprego a esses atores. De fato, mesmo em Mar de Amor, havia inúmeros personagens que praticamente estavam sem função – ou cumpriam funções pequenas (como boa parte do pessoal do povoado, e até os papéis destinados aos atores de trajetórias, mas que facilmente poderiam ser condensados num papel só), e isso que Alberto Gómez tem experiência em administrar histórias com elencos numerosos.



Foi no duelo de vilãs que a novela que se destacou. Tanto Oriana quanto Coral geraram inúmeros barracos, e isso manteve o interesse pela novela alto, até porque, o romance entre Estrella e Victor Manuel nunca chegou a empolgar de fato – o casal não tinha química. Mesmo quando Oriana deixou de ser uma vilã, seguiu um personagem forte, e que tinha fortes embates, desta vez, contra Coral, a favor de Estrella – que resultava ser sua prima. Já Coral e suas loucuras chegaram a centralizar a ação da trama, deixando claro que a personagem embora não fosse a protagonista, chegava a ter o peso de uma – talvez por isso, devido a sua grande amizade com a atriz, Alberto Gómez chegou a pensar em Gabriela Spanic para o personagem. Outro vilão que teve muita força do começo ao fim foi León Parra Ibañez, com o visual mais icônico possível de Manuel Landeta – careca e com expressão maquiavélica. Mas lástima que ele tenha terminado a novela de forma ridícula, e que a certa altura, suas inúmeras tentativas frustradas de matar Estrella já soassem repetitivas.

Estrella e Victor Manuel funcionavam mais individualmente que como um casal, sobretudo ela, que era uma protagonista carismática, valente, lutadora. Não só a chorona de sempre. Mas o romance era muito sem sal. Nesse sentido, o casal que acabou ganhando a torcida do público foi o formado por Oriana e Santos (Arturo Carmona), o valente militar que era pobre, e que por isso, ambos viviam uma relação de gato e rato – entre tapas e beijos, literalmente.


Outras tramas também movimentaram a novela e se destacaram. O amor entre Guillermo e Casilda – que no passado, havia violado a moça num ato de loucura. Novamente, Delia Fiallo trazia essa questão polêmica em suas novelas, mas tratada em forma de romance (a própriaCuidado con el Ángel tinha esse tabu em seu argumento original). Havia ainda outra trama forte. Esperanza (Georgina Salgado) era filha de Augusto (Sergio Reynoso) e Aurora (Maria Sorté), os padrinhos que criavam Estrella devido à loucura de Casilda. A menina é violentada por León, e quando a família descobria isso, o irmão de Esperanza, Salvador (Ramón Valdez) resolve seduzir e engravidar Elenita (Florencia de Saracho), a outra filha ingênua e romântica de León. Quando ela fica grávida, é escurraçada pelo pai e tem que enfrentar a gravidez sozinha. O mais curioso em ambas as tramas é a perspectiva sempre machista de Delia Fiallo em suas histórias. Na primeira, Casilda perdoa o homem que a estuprou. Na segunda, Salvador apronta com Elenita e dramaturgicamente, nada acontece com ele. Enquanto ela, por ter se entregado a um rapaz sendo solteira, come o pão que o diabo amassou.

No decorrer da história, Estrella deixa Playa Escondida e vai para a cidade do México, conhece o psicólogo Hernán (Marcelo Córdoba), que vai tratar de trazer Casilda de volta a realidade, além de analisar o caso de Coral (se ela é louca ou se faz). Hernán começa como um pretendente a mais de Estrella, mas aos poucos, o personagem vai tomando contornos de vilão, e ganhando um espaço impressionante, virando um dos pontos altos da trama. Ele manipulava, confabulava, e seus ciúmes eram o motor das novas armações da trama. O personagem era assassinado na reta final da novela, gerando uma espécie de “Quem matou?” – um dos truques folhetinescos bastante usados, sobretudo no Brasil. No México, pra variar, por falta de habilidade, nem chega a se gerar tanta curiosidade (até porque quase nunca a novela não é um remake).


Durante essa parte da trama, uma alteração em relação ao original aconteceu: a mocinha ia para a cidade e se transformava em uma modelo, mas como em Cuidado con el Ángel já havia um trecho da história onde ela se tornava atriz, decidiu-se substituir agora com Estrella virando simplesmente uma empresária de sucesso.

Mas da metade em diante da novela, o que mais chamou a atenção em Mar de Amor foi o que se passava nos bastidores da novela. Rumores sobre o gênio difícil de Mario Cimarro pipocaram por todos os lados. A princípio, Gonzalo Vega (ator e pai da atriz Zuria Vega) foi quem deu uma declaração dizendo que o ator havia faltado ao respeito com sua filha e que ele iria ouvi-lo, sem dar detalhes do que havia acontecido. A própria Zuria tratou de apaziguar o mal entendido, dizendo que seu pai era brincalhão e exagerado. Depois, outra situação, agora envolvendo Ninel Conde tomou conta de toda imprensa de espetáculos. A atriz declarou que Mario a havia agredido – de forma física e verbal – durante a gravação de uma cena. Na época, Juan Zepeda (então marido de Ninel Conde) confirmou o episódio, dizendo que Mario havia abusado de sua força contra sua esposa. Nesse momento, Ninel Conde declarou que em função dos muitos meses que ainda trabalhariam juntos, era melhor não minar o ambiente de trabalho com esse assunto.


A situação foi ficando insustentável na reta final da novela. Atrasos e mau humor deixaram as relações do ator com a equipe de produção da novela cada vez mais tensas, até que, após a ausência de Mario numa gravação externa foi a gota final para que Nathalie Lartilleux decidisse demitir o ator. Em plena reta final, ocasionando um prejuízo para todos, obrigando a regravar algumas sequencias e mudar toda a edição dos capítulos. O desastre só não foi maior porque as cenas do casamento entre Estrella e Victor Manuel já estavam gravadas. Ainda assim, os últimos capítulos tiveram cenas estranhas. Onde era evidente que seria necessária a presença de Victor Manuel para a resolução de alguns ganchos, ele não estava. Conclusão: o último capítulo foi bastante sem graça, confuso, e com uma audiência péssima.

Em sua defesa, Mario Cimarro disse que era uma injustiça, que essa má fama era mentirosa, tanto que ele jamais havia deixado um projeto pela metade. Durante a época de sua demissão, Nathalie Lartilleux chegou a comentar que a atitude do ator era sempre de má vontade. E isso pôde-se comprovar em cena, o ator estava visivelmente ali por obrigação, sem motivação. Sempre foi um ator ruim, mas carismático. Desta vez, nem isso. Até com a aparência descuidada o ator aparecia em cena. Mas, independente desses contratempos, só a presença de Mario Cimarro no projeto fez com que a novela fosse uma das mais vendidas daquela temporada. O ego do ator era tão conhecido, que na abertura, seu nome e o de Zuria Veja alternavam a ordem nos créditos.


Essa foi a primeira protagonista de Zuria Vega, vivendo um personagem totalmente diferente ao apresentado em Alma de Hierro (2008), sua estreia. Ela tinha carisma como protagonista rosa, mas não chegou a brilhar, talvez pelos tumultuados bastidores. As presenças femininas mais fortes foram as de Mariana Seoane – que mostrou uma personagem que foi de antagonista a boazinha com desenvoltura, e comprovando que o forte da atriz são as personagens com caráter forte – e Ninel Conde, que mesmo não sendo uma “grande atriz”, chamou a atenção com sua Coral. E nessa ocasião, as voluptuosas formas da atriz, eram um ganho para o papel.

Marcelo Córdoba foi outro que brilhou como Hernán, tendo aqui um personagem que chamou tanto a atenção, que o nome do ator finalmente passou a ser de fato conhecido. Assim como Mariana Seoane, ele tinha em mãos um personagem que transitava entre o bonzinho e o dissimulado, e o ator correspondeu a altura. Outro com muito destaque como há tempos não tinha foi Manuel Landeta com seu León Parra Ibañez.


O excesso de personagens imposto por Delia Fiallo no argumento original deixou inúmeros primeiros atores com personagens sem a importância que deveriam. Melhor explicando, eram personagens com funções específicas, mas que depois de alguns conflitos resolvidos, se amontoavam e viravam meros coadjuvantes pra dar conselhos amorosos aos mocinhos. Juan Ferrara e Érika Buenfil, por exemplo, a princípio, tinham uma história importante a ser resolvida, que depois de solucionada, com os dois já juntos e ela sã, não existia nenhum conflito para os personagens. Ou ainda a professora Violeta (Norma Herrera), mestre de Estrella e que cuidava dela, tinha quase a mesma função que Aurora, a madrinha, vivida por Maria Sorté – com a diferença que a segunda era uma mulher pobre e sofrida. Melhor sorte tiveram Raquel Olmedo como Luz (a mãe de Victor Manuel, e que virava uma das inimigas para desmascarar Coral) e Ignacio Lopez Tarso como Mojarras (o pai de Coral, e que acreditava na inocência da filha). Ambos personagens mantiveram sua relevância por toda a novela, já que as armações de Coral agitaram bastante a trama.

O elenco juvenil era igualmente inflado de personagens e tramas pequenas. Ainda assim, merece destaque ainda a presença de Florencia de Saracho com a sofrida Elenita – com quem acontecia de tudo, até dada por morta ela era (!). E Arturo Carmona, no que diz respeito a formação de um bom par romântico com Mariana Seoane.


Apesar dos momentos difíceis que a produção passou no que diz respeito ao seu elenco, merece destaque a manufatura da trama, com muitas cenas externas, coloridas, que valorizaram a beleza do cenário praiano, e conseguiu manter um ritmo de externas mesmo com a trama já adiantada.

Confira o primeiro teaser divulgado pela emissora

Mar de Amor substituirá a reprise de Cuidado Com o Anjo a partir do 09 de  Maio na faixa das 16h15.

Fontes:
www.youtube.com
www.telenoveleiros.com
www.novelamexicana.com.br
www.sbt.com.br

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